A marketer irrequieta: Sónia Dias (entrevista)

Nome: Sónia Dias

Profissão: Consultora Marketing e Comunicação

Data de nascimento: 1979

Local de nascimento: Lisboa

Local de residência: Sintra

Próximas viagens: Balcãs e Índia

Blog: TravelRandomNotes

1. O que significam as viagens para si?

Conhecimento. Do mundo e pessoal. Sou uma pessoa de rotinas e viajar permite romper com esse comportamento. Manter os sentidos alerta para o que acontece à minha volta, absorvendo todos os estímulos. E isso faz-me feliz.

2. Entre os destinos que já visitou, há algum que a tenha marcado de forma especial? Conte-nos.

Quando penso nos destinos que mais me marcaram, surgem dois ou três no topo, mas aquele que mais se destaca talvez seja Luang Prabang, no Laos. Trata-se de uma pequena cidade onde os habitantes conseguem manter o estilo de vida tradicional, apesar do turismo. É uma cidade muito tranquila, ideal para passeios a pé. Passei lá uma semana e apaixonei-me.

A paisagem envolvente é fantástica, mas o que mais me cativou foi o silêncio. Eu sou hiperativa, é quase impossível manter-me quieta e em silêncio mais do que cinco minutos. No entanto, em Luang Prabang consegui tempo e espaço para meditar e desfrutar em silêncio da paisagem. É um local que me transmitiu uma paz e tranquilidade enormes e onde gostaria de voltar.

© TravelRandomNotes

3. O que mais a influencia na hora de escolher um destino de viagem?

Dois fatores influenciam a minha escolha: a história do local e a experiência. A história de cada local é uma paixão que vem do liceu, altura em que era a minha disciplina favorita. Não a encarava como matéria, mas como um conjunto de estórias de onde queria absorver o máximo de factos possível.

E a experiência pelo valor humano e o crescimento que proporcionam. Conhecer outras culturas, outros povos, traz-me sempre algo de novo que incorporo na minha própria experiência de vida.

4. Já viveu fora de Portugal mais que seis meses?

Não.

5. Explique o que é o seu blog de viagens e a razão da sua existência.

Comecei a viajar apenas com 30 anos, mas rapidamente apanhei o gosto. Ao fim do segundo ano já tinha um conjunto de estórias e não sabia o que fazer com elas. Assim, criei o blog para registar essas memórias e partilhar algumas das coisas que aprendi, motivar outras pessoas a viajarem, mostrar que é possível conhecer inúmeros destinos, sem ter que abandonar tudo e partir à aventura por vários meses.

6. Como surgiu o nome do blog?

Surgiu precisamente da necessidade que tinha de partilhar as minhas memórias. De forma aleatória, ao sabor das viagens e da inspiração da escrita. Nunca pensei em fazer um blog muito estruturado. Queria apenas um caderno de apontamentos, onde registasse as minhas notas aleatórias durante as viagens.

© TravelRandomNotes. O Elephant Nature Park, em Chiang Mai.

7. Destaque um dos posts de que mais gosta no seu blog e explique porquê.

Um dos posts que mais gostei de escrever foi sobre o santuário de elefantes em Chiang Mai, o Elephant Nature Park. Foi um local que me deu particular prazer visitar e, apesar das vidas tristes dos elefantes que ali estão, as suas histórias têm quase sempre um final feliz.

Este é um bom exemplo de como turismo, quando bem gerido e bem direcionado, pode contribuir para um mundo melhor. Penso que o post transmite essa mensagem; além de alertar para as armadilhas turísticas com os elefantes, como os passeios ou os parques onde os animais são tratados como carrosséis ou palhaços de circo.

A série de artigos sobre o Laos também me diz muito, senti aquele destino como perfeito para contemplação espiritual, como referi anteriormente.

8. Alguma dica para quem pretende começar agora um blog de viagens?

Compilar as estórias que gostariam de contar e encontrar a voz certa para as contar. É das coisas mais difíceis quando temos um blog. Definir o tom de voz, a forma como queremos contar as nossas experiências, para que seja inspiradora.

© TravelRandomNotes

9. Que papel desempenham os blogs junto de outras pessoas que gostam de viajar?

Os blogs são um canal onde as pessoas podem obter informação e inspiração para viajarem e escolherem os seus destinos de eleição. Sendo peer-to-peer, a informação que transmitem é, ou pelo menos deve ser, pessoal e sobretudo real. Para quem lê, esse é o valor mais importante.

 10. Qual é o seu maior sonho por cumprir?

Comprar uma caravana e partir à descoberta do mundo. A liberdade de uma caravana e o cortar as amarras que uma casa própria exige parecem-me um ideal de vida.

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Ruthia Portelinha
Ruthia Portelinha

Viajante, mãe babada, chocólatra, amante de livros e museus.
Autora do blog O Berço do Mundo.

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