Nome: Vera e Marcelo
Profissão: Professora e Empregado Comercial
Data de nascimento: 1977 (Vera) e 1979 (Marcelo)
Local de nascimento: Esposende e Cinfães
Local de residência: Braga
Próximas viagens: Em tempo de covid-19, o futuro é incerto, mas a próxima viagem que temos marcada é à Indonésia.
Blog: Ir em Viagem
1. O que significam as viagens para vocês?
Viajar é liberdade, é aprendizagem, é partilha. É conhecer novas culturas, crescimento. Viajar é um “attraversiamo” que nos inspira a sair da nossa zona de conforto e a ultrapassar limites. Se a vontade de viajar for genética, então nós devemos ter o gene das viagens cravado no nosso ADN. Fernando Pessoa diz tudo, em poucas palavras:
Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!
Adoramos planear as viagens, sentimo-nos vivos quando partimos à aventura. Acreditamos que para viajar não precisamos obrigatoriamente de ir para longe, importante é IR, encher a memória de boas recordações, ter histórias para contar e perceber que a viagem é também o caminho e não apenas o destino. Viajar faz-nos felizes.
2. Entre os destinos que já visitaram, há algum que vos tenha marcado de forma especial? Contem-nos.
Bem, esta é uma resposta difícil. Escolheríamos a Índia, porque foi onde nos conhecemos (em 2016) e, até hoje, uma das viagens mais marcantes. Falamos de um país feito de contrastes abissais e que nos proporciona, mais do que um choque cultural, um choque de sentidos. Tudo é imenso, intenso e diverso. Mas fomos integrados num grupo, por isso, não tivemos a experiência de organizar a viagem. Neste sentido, há pelo menos duas viagens de 2018 que gostaríamos de destacar: ambas são a concretização de sonhos comuns.
A primeira é uma road trip por Itália, pensada e organizada por nós. Fizemos serões maravilhosos a preparar esta viagem, entre gargalhadas, preocupações e um bom copo de vinho, que nunca falta! Traçámos o seguinte roteiro: de avião até Milão, seguir para Verona, Veneza e Florença de comboio. Alugar um carro em Florença, onde iniciámos a nossa road trip pela Toscana, passando por Roma e descendo até à Costa Amalfitana, Pompeia e Nápoles. Foi uma viagem de sonho porque foi a nossa viagem e o nosso sonho.
A segunda é o Caminho Português de Santiago. Percorremos cerca de 160 quilómetros a pé, em sete etapas. Como escrevemos no nosso diário de viagem, “se nós permitirmos, o Caminho pode ser um mestre exímio em lições de superação, sofrimento, partilha, solidariedade, humildade, gratidão e simplicidade. Por isso, só quem faz o Caminho é que sabe o que ele representa, porque, na realidade, o Caminho está em nós”.
3. O que mais vos influencia na hora de escolherem um destino de viagem?
Bem, como ambos trabalhamos em outras áreas, o nosso tempo é limitado. As grandes viagens têm de ser encaixadas no mês de agosto (o pior mês para se viajar, como sabemos!) e as escapadinhas têm de caber em dois dias. A parte positiva é que, com tudo isto, exploramos muito mais as belezas de Portugal e aproveitamos todos os momentos livres para sair e fazer coisas diferentes.
Procuramos, preferencialmente, destinos de praia/calor, natureza e que nos potenciem experiências culturais diversas. Gostamos de viajar de mochila às costas e de conviver com as pessoas da terra, mas a segurança é um fator importante na escolha do destino. Somos viajantes curiosos, aventureiros e que gostamos de traçar o nosso(s) destino(s).
4. Já viveram fora de Portugal mais que seis meses? Se sim, onde e o que retiraram dessa experiência?
Eu (Marcelo) vivi 7 anos na Suíça e 7 meses na ilha de Guadalupe, nas Caraíbas. Viajar possibilita conhecermos tradições, cultura e as gentes de um destino, mas viver lá permite-nos conhecer o país por dentro. Estas duas experiências fizeram-me crescer imenso como pessoa, ajudaram-me a definir caminhos e a ganhar o “bichinho” das viagens.
Quando decidi ir para a Suíça, saí sozinho, no meu carro, sem dominar a língua, mas cheio de sonhos (e alguma maluquice à mistura). Depois de ter construído uma vida ali, decidi viver uma nova aventura do outro lado do Atlântico. Nestes dois “mundos” diferentes, além de tudo o que já referi, confirmei que temos uma capacidade infinita de adaptação aos lugares e às várias provas que cada um deles traz.
5. Expliquem o que é o vosso blog de viagens e a razão da sua existência.
O Ir em Viagem nasceu em 2018, enquanto espaço de partilha das nossas das aventuras e experiências em viagem. A Vera escreve, o Marcelo tira as fotografias e o tripé é o nosso melhor amigo. Escrevemos sobre o que vemos e o que sentimos. Sobre paisagens, lugares e as suas gentes. Sobre sabores, sons, cheiros, texturas e imagens. Sobre o que nos fascina e desafia. Sobre momentos emocionantes e inesquecíveis.
Queremos inspirar as pessoas a viajarem mais, incentivá-las a saírem da zona de conforto, atravessarem novos horizontes e viverem outras experiências. Para quem não pode ir, prometemos uma viagem pela escrita e pela fotografia.
6. Como surgiu o nome do blog?
Na altura não vivíamos juntos e, por isso, começámos por escrevinhar várias opções que partilhávamos no messenger. A estratégia foi pensar em palavras que gostaríamos que estivessem presentes e encontrar a melhor combinação. A verdade é que cada um de nós mantinha um blog pessoal e sempre fizemos do viajar uma forma de estar na vida. E foi daqui que o nome surgiu. Quando Ir é o destino, Ir em Viagem é a solução!
7. Destaque um dos posts de que mais gostam no vosso blog e expliquem porquê.
Aqui entre nós, gostamos de todos, mas destacamos um sobre São Tomé e Príncipe. Por vários motivos. Primeiro, como foi escrito em “tempos de covid-19”, estivemos os dois igualmente envolvidos na estrutura do(s) post(s), na sua escrita e na seleção e edição das fotos.
Em segundo lugar, porque foi uma viagem que nos marcou imenso e, por isso, a escrita foi muito desafiante, flutuou entre as memórias e dicas úteis que pudessem responder às dezenas de mensagens que recebemos, pedindo informações e roteiros de viagem. Por fim, o resultado final, que muito nos orgulha.
8. Alguma dica para quem pretende começar agora um blog de viagens?
Quem quiser levar um blog a sério (e isso não significa ter de viver dele) tem de ter os quatro P: Paixão, Prazer, Partilha e Persistência. O difícil não é criá-lo, mas alimentá-lo e marcar a diferença.
Um blog de viagens implica que invistas nele e em ti, por exemplo pela formação – parte do sucesso passa por saber técnicas de marketing, de empreendedorismo, de design, de produtividade, de escrita criativa e de viagens, de produção de conteúdo, entre outras.
Um blog precisa de tempo. Nada cresce de um dia para o outro, por isso quando até tens vontade desistir, porque não vês frutos, não o faças. Mais cedo ou mais tarde, irás colher os frutos. De resto, atira-te, dá o melhor de ti, e partilha os teus sonhos.
9. Que papel desempenham os blogs junto de outras pessoas que gostam de viajar?
Hoje o(a) blogger é, acima de tudo, um(a) influencer. Mesmo sem sair do sofá, qualquer pessoa que acompanhe um blog de viagens vai conhecer um pouco melhor o mundo. É impossível negar o impacto que o trabalho de produção de conteúdos (de viagens) tem nos comportamentos e nas decisões das pessoas. Isso traz ao autor uma imensa responsabilidade.
Ao divulgarmos as nossas experiências, dicas de viagens ou fotografias de locais (pessoas e regiões) muitos de nós queremos “inspirar” outras pessoas a viajar. Mas inspirar a quê, verdadeiramente?
Vários temas devem estar em cima da mesa, como por exemplo, o impacto da geolocalização dos destinos, a promoção de destinos massificados, o photoshop nas fotografias e a adulteração dos destinos, o turismo que explora os animais, o respeito pelos destinos, o turismo consciente e sustentável ou a importância de abraçar projetos. Viajar de forma ética é um desafio enorme, principalmente nesta cultura dos “likes” em que vivemos.
10. Qual é o vosso maior sonho por cumprir?
Tirarmos um bilhete só de ida…